quinta-feira, 28 de julho de 2016

2016 E OS PROVÁVEIS NOVOS 7X1

Os jogos olímpicos de agosto e as eleições municipais de outubro podem produzir efeitos vetoriais distintos na desgostosa população brasileira do agora. Dois eventos de importância capital para sabermos a quantas andam nossas capacidades infraestruturais e democráticas, que há um bom tempo andam sendo questionadas pela profusão opiniosa das redes sociais e afins e que, podem, ainda este ano ter suas imagens ainda mais embaraçadas perante o país.

Sabemos que as olimpíadas estão longe de serem unanimidade em termos de reconhecimento e aceitação por parte do brasileiro. Primeiro porque de 2013 para cá o Brasil tem passado por turbulências políticas e sociais até então não semelhantes a nada parecido com tempos pregressos. Questionamentos sobre modelos administrativos, sobre ideologias políticas que fracassaram, testes em novas alternativas de poder, além do constante desagrado com os nossos velhos e ruins serviços públicos que não deixam ninguém entusiasmado para a faceta do divertimento ou entretenimento. Segundo porque a economia vai mal e o reflexo dos seus índices negativos é, em síntese, o aumento generalizado dos preços e a diminuição abundante dos postos de trabalho para aqueles que mais necessitam dos mesmos em situação regular. Não há clima, mas mesmo assim, as Olimpíadas estão a caminho e exibirão em 4K para o mundo uma parcela do que é o Brasil cotidiano. Medalha de ouro para as contradições...
Adiante, em outubro, teremos mais uma “festa da democracia” para continuarmos a não entender o porquê da não simetria dessa frase com a real dimensão do processo eleitoral. Sentida e avaliada por eleitores sem crença no sistema político partidário que temos, as eleições deste ano servirão mais uma vez para um momento de autoavaliação do poderio do nosso voto, além da possibilidade de reconfiguração das forças políticas a nível capilar. Para melhor ou para pior. Certamente, não há como vícios que perduram há muito tempo serem quebrantados a curto prazo, porém, mesmo a passos de tartaruga, que possamos abandonar às más escolhas políticas, aquelas que se dão pelos favores, pelas cores, pelos oportunismos, em suma, pelos personalismos cordiais ressaltados por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil e, passemos e deliberar por projetos e ações que privilegiem a coletividade. Seria pedir muito?

Quando 2016 chegar ao fim, talvez, possamos sentar e refletir se levamos mais algumas goleadas vexatórias ou se estamos aprendendo os sentidos primeiros de resiliência e aprendizado, tomando-os como ponto de partida para mais profícuos planejamentos táticos desenvolvidos para a nação. Não apenas aqueles desenvolvidos para os gramados, é claro.

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