Quando inicio a discussão sobre o tema nas turmas que
leciono, sempre procuro deixar em evidência que a real independência do Brasil
não aconteceu tão somente amalgamada ao grito solitário de D. Pedro I, às
margens do famoso riacho Ipiranga e da efetiva participação popular na política
oitocentista. Separar-se de Portugal naquele ano significou um afago doce nas
cortes brasileiras, representantes de uma pequena parcela da grande população,
ainda sem liga identitária, residente no Brasil. As distâncias entre a
declaração do fanfarrão imperador e os desdobramentos administrativos
sequenciados no Rio de Janeiro, bem como as mudanças erigidas no corpo social
se apresentaram do tamanho do território nacional: gigantes.